A pós-graduação, no Brasil, tem uma trajetória recente. Muito embora as ações iniciais para sua implementação datam de 1965, com o Parecer Sucupira, foi apenas a partir do final da década de 1970 que se estruturou, efetivamente, consolidando-se enquanto sistema nacional de pós-graduação. Inicialmente, esperava-se que os mestrados e doutorados formassem quadros de intelectuais-pesquisadores para as universidades, visando o desenvolvimento tecnológico-científico do país. Posteriormente, no contexto das reformas educacionais da década de 1990, o foco recaiu na expansão de novos programas, passando a perseguir, inclusive, a qualidade dos mesmos e o reconhecimento das produções brasileiras na comunidade científica internacional. Conforme a base de dados GEOCAPES (2017), no ano de 2015 eram 5.537 cursos de pós-graduação, concernentes à modalidade stricto sensu, totalizando 250.641 alunos matriculados. A titulação superava a marca de 75 mil pós-graduados, sendo 56.667 mestres e 18.996 doutores. No que tange a produção de artigos científicos, o Brasil ocupava, em 2016, a 15ª posição no ranking mundial. Em razão do exposto, nosso objetivo é apresentar, a partir da revisão bibliográfica, os marcos regulatórios que deram origem à pós-graduação, apontando sua inserção na conjuntura social mais ampla. Consideramos a congruência do aparato normativo para destacar a implantação, a expansão e a consolidação da modalidade stricto sensu enquanto política consolidada no campo da formação qualificada para o mundo acadêmico e para o mercado.