O presente estudo traz uma discussão acerca do problema das abordagens de leitura e a formação do leitor competente, a partir de algumas reflexões críticas da relação leitor, texto e mundo, como preconiza as concepções interacionistas da linguagem. A metodologia é constituída inicialmente pela apresentação dos limites das abordagens na prática da leitura, para depois seguir com algumas ponderações críticas que mobilizam visões mais amplas, como a proposta do letramento. O nosso percurso investigativo embasa-se na pesquisa bibliográfica e objetiva realizar uma sucinta exposição sobre o problema, ao mesmo tempo que apresenta as estratégias do letramento literário na formação do leitor competente. A questão inicial a ser respondida é a de que sendo a leitura um instrumento reconhecidamente relevante, como atestam os documentos curriculares e os programas de educação, por qual motivo a escola não consegue formar um leitor competente? Na verdade, a questão é complexa porque envolve um conjunto de fatores que vão desde a precariedade da formação do professor, passando pelos seus baixos salários, o problema logístico dos recursos, até propriamente a falta de compreensão das propostas interacionistas da leitura, as quais exigem uma lógica metodológica mais ampla sobre os textos. A proposta do letramento literário, tomando a literatura em sua capacidade plástica de se transformar em vários discursos, procura cotejar essa fluidez do texto no sentido de que texto e mundo se articulam dialeticamente de modo a realizar a literatura como construção de experiência. A nossa base teórica reflexiva estará principalmente apoiada nas ponderações de Rildo Cosson, mas também em estudiosos (as) como Zilberman, Eliana Albuquerque, Menegassi e Fuza.