Para os professores contemporâneos há muitos desafios a serem enfrentados e um dos
maiores desafios é o desafio da “inovação”. Falando mais especificamente dos professores de língua
portuguesa, eles precisam conciliar os aspectos gramaticais com o seu contexto de uso de uma forma
inovadora. Mas, será que é possível utilizar gêneros (textuais/discursivos) com esta finalidade? A
resposta para essa pergunta está nas teorias relacionadas a gêneros, discutidas nesse artigo, sendo
importante para o educador ter essa base teórica imprescindível para a sua formação como “professor
inovador”. Sobre essa perspectiva, Silva (2011, p.142) afirma: “Nós, na posição de educadores e de
professores de língua materna, precisamos saber toda a teoria e mais, sabê-la de tal modo que
possamos colocá-la em prática em nossas salas de aula sem explicitá-la.” É justamente sobre esse
olhar que discorre a nossa pesquisa. Comprovar que, teoria e prática juntas possibilitam ao professor
ensinar língua portuguesa dos aspectos gramaticais (regras), aos funcionais (contexto de uso),
utilizando gêneros. Esta ideologia está relacionada à “ampliação” ou “nova visão” do que deve ser o
objeto de investigação linguística: o texto. Poderíamos imaginar o seguinte: nós utilizamos roupas
específicas para cada situação ou ambiente, se quisermos estar adaptados ao contexto. Da mesma
forma, podemos imaginar que o gênero seria a “roupa” da língua que a adapta às diversas situações
comunicativas. Se a intenção do educador quando usa frases isoladas para ensinar língua é preparar o
educando para utilizá-la, como adaptar, utilizar ou fazer funcionar se não for por meio de gêneros? O
que queremos é levar os professores a compreender que há um desejo nos alunos por conhecer o que
há de funcional em tudo o que eles estudam e nós temos a oportunidade de assim fazer. Esta
oportunidade chama-se gêneros (textuais/discursivos), esses tornarão as aulas menos “cansativas”,
além de em algum momento proporcionarem às produções textuais a estarem ligadas ao cotidiano dos
educandos. O artigo está baseado teoricamente em autores como: Marcushi (2008), Antunes (2009),
Bezerra (2017) e Silva (2011) que desenvolvem suas pesquisas com a mesma finalidade: a busca pela
inovação e a funcionalidade. Além disso, explicitamos uma atividade com gêneros aplicada em sala de
aula, um proveitoso modelo de inovação.