SOUZA, Jaise Do Nascimento. Entendendo o autismo. Anais IV CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/36779>. Acesso em: 22/11/2024 00:56
Na mais recente versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), 1994, o autismo e todos os distúrbios, incluindo o transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado (PDD-NOS) e Síndrome de Asperger, fundiram-se em um único diagnóstico chamado Transtornos do Espectro Autista - TEA. O Transtorno do Espectro Autista é uma síndrome (conjunto de sinais clínicos) que se caracteriza por déficits na comunicação social e outro relacionado aos interesses restritos, fixos e comportamento repetitivo, apresenta-se tipicamente antes dos três anos, predominantemente em indivíduos do sexo masculino e se estende por toda a vida. Até essa fusão, decorrente principalmente do avanço das ciências, o conceito de autismo foi elaborado e continuamente revisto por diferentes autores ao longo dos anos, com destaque para o médico austríaco Léo Kanner, o primeiro a difundir a existência do autismo a partir do desenvolvimento de experiências com onze crianças americanas que em comum tinham a aptidão ao isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação da mesmice. Léo Kanner também é o responsável pela disseminação do termo “mães geladeiras” que sugeria ser o comportamento das mães o responsável pelo autismo nas crianças. Hodiernamente, o autismo é considerado uma síndrome, um distúrbio do desenvolvimento provocado por alterações genéticas e que pode afetar qualquer individuo, o que desmitifica uma série de teorias construídas, entre elas a de que os pais seriam os responsáveis pelo autismo dos filhos. Destarte, o presente estudo tem como principal objetivo fazer um breve histórico sobre o autismo e a construção do conceito que hoje conhecemos, na compreensão de que abordar o tema a partir de sua trajetória é encontrar subsídios para ajudar a quebrar uma imagem estereotipada sobre o autismo ainda existente na sociedade atual apesar dos avanços já alcançados. Fundamentamos nossa pesquisa bibliográfica essencialmente nos trabalhos de Schwartzman (2003) e Silva (2012), autores que primorosamente esclarecem dúvidas sobre autismo, sintomas, diagnóstico e tratamentos sem deixar de dialogar com fatos históricos relacionados ao transtorno.