Este artigo tem por objetivo fazer uma análise em torno das orientações dos PCNLP (Parâmetros curriculares Nacionais de Língua Portuguesa) para o ensino fundamental no que diz respeito ao estudo dos gêneros orais e escrita no contexto escolar. Nessa busca, explicitamos a forma que os PCNs dividem os conteúdos temáticos para a prática da oralidade, escrita e produção textual, no caráter de facilitar o reconhecimento dos gêneros envolvidos em práticas comunicativas. Para tanto, embasamos nosso estudo a partir da Linguística Textual, em especial, a partir das pesquisas desenvolvidas por Koch (2009) e Marcuschi (2007) em torno das noções de texto e dos gêneros textuais (orais e escritos). Isto porque, assim como esses autores, acreditamos que o ensino de língua deve propiciar ao corpo discente um ensino focado em diferentes práticas sociocomunicativas em que os alunos estão envolvidos. Sendo possível o desenvolvimento desse trabalho a partir dos gêneros textuais (orais e escritos) em um contínuo como bem coloca Marcuschi (2007), ou seja, de modos complementares ao enfocar as produções linguísticas em funcionamento. Entretanto, avaliando o direcionamento dos PCNs em torno dos gêneros discursivos, percebemos orientações muito vagas e dicotômicas entre o oral e o escrito. De modo geral, o oral não apresenta um desenvolvimento sistemático para ser trabalhado e produzido na escola. Desse modo, compreendemos que a reflexão em torno desse viés nos leva a refletir a prática do ensino de língua portuguesa na escola, e, quiçá a repensar que é preciso propiciar aos alunos um ensino que oportunizem a produzir diferentes registros, sabendo adequá-los às circunstâncias da situação comunicativa de que participam.