Resumo: Se observamos a literatura recente sobre a trajetória da Educação do/no Campo, produzida sob o foco dos movimentos sociais no campo brasileiro, pudemos perceber que suas principais preocupações, além da crítica sobre o paradigma da educação tradicional, são alguns elementos essenciais como: (a) a autonomia global no processo educativo das comunidades campesinas, com especificidades para as escolas do campo, respeito à diversidade do campo nas particularidades do mundo do trabalho camponês dos acampados e assentados de reforma agrária, da cultura, dos projetos ambientais, políticos, sociais, econômicos, de gênero, raça e etnia; (b) as propostas de desenvolvimento de projetos político-pedagógicos para as escolas do campo; (c) propostas para o desenvolvimento de políticas públicas direcionadas especificamente para a formação de profissionais da Educação do campo; (d) valorização da identidade das escolas do campo, com conteúdos e metodologias adequados à realidade dos territórios camponeses; (e) e controle de qualidade da educação escolar do campo com a participação efetiva das comunidades campesinas e dos movimentos sociais. De modo geral, são estes os desafios que consideramos eminentes para a Educação do Campo no cenário nacional. Este trabalho tem como objetivo principal, analisar a situação atual das escolas do campo do MST no Sertão Paraibano, verticalizando as preocupações para o cumprimento ou não das prerrogativas do conceito de escola e educação do e no campo. Estes conceitos nascem praticamente em simultaneidade numa sequencia que engloba as experiências de formação social e cultural dos seus sujeitos. Escola e educação do campo são contextos paralelos verticalizados na luta pela terra, pela reforma agrária e pela educação dos povos do campo. Sumariamente são articulações organizadas pelo coletivo da classe trabalhadora do campo que emergem das contradições da luta de classe no campo brasileiro, constituída pelos trabalhadores e latifundiários. A perspectiva metodológica aqui adotada foi constituída por meio do trabalho de campo nos acampamentos e assentamentos do sertão paraibano. Considero este como um instrumento metodológico de reflexão teórico-prática que possibilita concretizar a realidade da educação aparente do campo, para uma realidade educacional concreta, entendida nos seus diversos e contraditórios aspectos. Por meio da leitura bibliográfica foi possível compreender a realidade educacional das escolas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, nos lugares e territórios da diferença, acampamentos e assentamentos de reforma agrária. Trata-se de uma abordagem constituinte de instrumento logico de interpretação da realidade.