O presente artigo pretende tratar do potencial das simulações de organizações internacionais como estratégia de aprendizagem, especificamente da dinâmica dos debates inerente a esses projetos. As simulações, ou modelos (como também são chamadas), se tratam de eventos em que alunos de Ensino Médio ou Ensino Superior encarnam o papel de uma delegação em debates sobre temas da agenda internacional. Estes debates acontecem sempre dentro de uma organização internacional relacionada ao tema debatido. A partir do caso específico do Modelo das Nações Unidas da União Norte-riograndense de Estudantes de Direito Internacional (UNEMUN), simulação voltada para estudantes de Ensino Médio de baixa renda que acontece em Natal/RN, este trabalho estuda os possíveis benefícios em debater um tema representando uma delegação, em vez da própria opinião sobre o assunto. Os resultados aqui debatidos são oriundos de um trabalho etnográfico realizado na edição da UNEMUN em 2017, que simulou o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODC) com o tema “Política internacional prisional: debates sobre as diretrizes para a efetivação dos Direitos Humanos da pessoa apenada”. A ideia é trabalhar o potencial dos debates em que alunos representam delegações para exercitar a aprendizagem pela pesquisa, com participação ativa dos alunos, em contraposição ao modelo expositivo de sala de aula, em que os discentes são colocados em uma posição passiva nos processos didático-pedagógicos. A partir deste caso prático, é possível pensar alternativas para tornar as aulas mais interessantes aos alunos, o que vai impulsionar sua aprendizagem, ao mesmo tempo em que pensamos um papel de professor devidamente contextualizado na sociedade da informação.