Este artigo versa acerca da corporalidade e das vivências das sexualidades em contexto escolar, contemplando aspectos relativos às vulnerabilidades juvenis, como as IST’s, HIV/Aids e gravidez na adolescência. Considerando que os temas transversais ainda se constituem em um grande desafio à prática cotidiana dos professores, a vivência das sexualidades, em suas variadas formas e contextos, bem com questões relacionadas à percepção do corpo, vulnerabilidades e saúde ainda têm dificuldades para romper os muros escolares, devido ao grande tabu que envolve a questão. Diante desse fenômeno, esta comunicação apresenta resultados parciais de estudo realizado com 10 docentes de Ensino Médio de Escolas localizadas no município de Cuiabá - MT. A pesquisa teve como objetivo geral analisar quais as percepções e os sentidos produzidos dos docentes entrevistados acerca da orientação educacional realizada no contexto escolar sobre corporalidade, vulnerabilidades e vivência das sexualidades por parte de alunos adolescentes e jovens. Para tal, trabalhou-se a partir de um olhar teórico-metodológico Construcionista social por meio da análise de repertórios linguísticos (SPINK, 2010), sendo investigadas as práticas discursivas e a produção de sentidos emergentes nas entrevistas realizadas. Os resultados parciais já apresentam dados que possibilitam uma análise da questão objetivada. Ao dialogar com os docentes, observamos que predomina o desconhecimento total de informações referentes à abordagens sobre corporeidade e sexualidades, bem como sobre prevenção ao HIV/Aids ou às ISTs e de temas relacionados a como orientar os alunos a buscar informações ou atendimento especializado junto às unidades de saúde. Todos os docentes entrevistados afirmaram, ainda, nunca terem participado de uma formação que os capacitassem a compreender melhor o fenômeno estudade, estando eles despreparados para dialogarem sobre o tema. Esse cenário de ineficiência escolar torna imprescindível a adoção de políticas de capacitação docente, bem como de outras formas de abordagens no contexto educativo, sendo de extrema importância um processo pedagógico que fomente o empoderamento e a autonomia dos jovens por meio de ações dialógicas. Acreditamos que por meio de políticas claras, interdisciplinares e voltadas a buscar agir efetivamente na questão, seja possível a estruturação de situações pedagógicas em que ocorra uma problematização de forma dialógica das vivências relacionadas às sexualidades e da compreensão das necessidades de prevenção, possibilitando, assim, a diminuição da vulnerabilidade juvenil e fazendo do ambiente escolar um espaço que consiga, de forma clara e eficiente, humanizar-se perante as subjetividades das vivências dos estudantes.