O crescente questionamento a respeito de como o ser humano está interagindo com o Ambiente, sugere que nossas ações estão se acumulando em problemas ambientais preocupantes. No decorrer deste século, para atender às nossas necessidades iniciou-se uma equação desbalanceada: retirar, consumir e descartar. Estamos minando a capacidade do planeta em nos sustentar. Roraima se insere nesse processo caótico, enfrentando problemas como degradação por extração mineral, excessos de derrubadas e queimadas, caça e pesca predatória, produção em excesso de resíduos sólidos, secas prolongadas além de enchentes. Despertar a consciência ambiental na sociedade é algo imprescindível, no entanto, saber tratar desta temática é tão ou mais importante. A Educação Ambiental (EA) é a aprendizagem de como gerenciar e melhorar as relações entre a sociedade humana e o ambiente, de modo integrado e sustentável, num mundo marcado por incertezas, dominado por um sistema capitalista que têm devastado a natureza e empobrecido cada vez mais a maioria dos habitantes da Terra. Nesse sentido, foi realizado um estudo com o objetivo de analisar os projetos de EA desenvolvidos em escolas da rede pública de Boa Vista-Roraima, e a percepção dos professores e a relação destes com as questões socioambientais locais. Este trabalho apresenta os resultados preliminares deste estudo; a partir da pesquisa de campo, onde foram realizadas visitas às escolas para conhecer e analisar os projetos propostos para o ano 2017. Os critérios de avaliação, destacando pontos de interesse do projeto (nome, responsável, objetivos, ações propostas, atividades realizadas), foram anotados em fichas específicas. Evidenciou-se que a EA nas escolas de Boa Vista enfrenta inúmeros desafios, de interpretação, de significado e aplicação, até problemas de infraestrutura das escolas e de formação dos docentes. De acordo com a Secretaria Estadual de Educação/Divisão de Educação Ambiental, das 58 escolas estaduais de Ensino Fundamental e Médio, apenas 12 vêm desenvolvendo projetos/ações de EA; dessas, oito disponibilizaram os projetos para análise. Nas demais foram relatadas atividades de EA, porém não havia um projeto formalizado. A maior parte das escolas tem trabalhado com o projeto horta escolar, outras optaram por trabalhar datas específicas alusivas ao meio ambiente e temas pontuais. Ficou evidente que os projetos de EA encontram muitas resistências, resultado da visão fragmentada, que potencializa a tendência ao desenvolvimento de ações isoladas, descontextualizadas da realidade socioambiental em que a escola está inserida e do seu próprio projeto político-pedagógico.