A inclusão escolar de estudantes com Necessidades Educacionais Específicas (NEE), na rede regular de ensino, é uma discussão presente em muitos trabalhos acadêmicos, que foram produzidos nos últimos 9 anos, em virtude da aprovação das novas legislações sobre a temática. Durante décadas, a educação para alunos com NEE, e mais especificamente, com deficiência intelectual, manteve as mesmas características do ensino regular, desenvolvido nas escolas tradicionais e sempre adotando práticas escolares adaptativas, com o objetivo de propiciar a inserção e/ou a reinserção de alunos com deficiência na escola comum, pelo treino dos mesmos conteúdos e programas do ensino regular. Mas, a partir de 2008, visualiza-se uma nova política de Educação Especial, que tem sua implantação definida pelo Decreto nº 6.571/2008, que dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE). Com base nessa discussão, desenvolveu-se uma pesquisa em uma escola de Ensino Fundamental - anos iniciais, da zona rural do semiárido potiguar, onde a pesquisadora atua como professora de uma Sala de Recursos Multifuncionais, sendo o público principal constituído por alunos com deficiência intelectual. Assim, a presente pesquisa objetivou analisar a concepção de professores sobre a contribuição da Sala de Recursos Multifuncionais, no processo de inclusão do estudante com deficiência intelectual no ensino regular, procurando identificar e avaliar as dificuldades e potencialidades do desenvolvimento e aprendizagem desses estudantes, bem como, qual a concepção dos professores sobre esse processo de inclusão. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória e qualitativa, que contou com a participação de três professoras, da escola supracitada, que aceitaram participar das entrevistas realizadas, a partir de um roteiro semiestruturado. Os resultados obtidos com a pesquisa, a partir da análise dos dados, reforçam a importância e contribuição da Sala de Recursos Multifuncionais no processo inclusivo, pois o estudante tem a oportunidade de se desenvolver de forma mais ampla, tendo infinitas possibilidades de participar do processo de ensino-aprendizagem, mesmo com suas limitações. Observou-se assim, que o trabalho desenvolvido na Sala de Recursos Multifuncionais não pode ser confundido com reforço escolar ou repetição de conteúdos curriculares da classe regular. Diante disto, percebe-se, que a citada sala deve ser um espaço de desafio no qual o estudante, com deficiência, encontra condições necessárias para o desenvolvimento do processo de aprendizagem, com vistas à superação de seu próprio limite, em busca da verdadeira inclusão, que ainda representa um desafio para toda comunidade escolar.