RESUMO
A colocação pronominal é exigida de acordo com as prescrições gramaticais na constituição de gêneros textuais/discursivos do dia a dia. No entanto, percebe-se que em determinados gêneros escritos, a exemplo daqueles considerados mais coloquiais e/ou menos formais como a letra de canções populares, o email, o antigo folheto de cordel entre outros, o uso é relativizado. No antigo formato do gênero folheto de cordel, por exemplo, não se espera a “adequada” utilização da colocação pronominal. Não obstante, com a modernização do cordel, percebe-se atualmente, uma tendência em se seguir os padrões da gramática tradicional. Dentro dessa perspectiva, esse artigo, oriundo das discussões travadas nas aulas do PROFLETRAS/UEPB/CH, objetiva analisar os usos dos pronomes átonos no folheto de cordel (”Zumbi e Palmares”, do escritor Medeiros Braga), observando-se a adequação ou inadequação da colocação pronominal empregada nesse gênero. O aporte teórico que fundamentou esse trabalho foi composto por estudiosos que tratam dos gêneros textuais/discursivos Marcushi (2008), Bakhtin (1997) e de gramáticos como Bechara (1997), Cegalla (2002), Perini (1998), dentre outros. Pauta-se ainda, nas orientações dos PCN de Língua Portuguesa (1998). Para tal estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e descritiva com abordagem quantitativo-qualitativa. Os dados obtidos indicaram o uso dos pronomes átonos de acordo as prescrições da gramática tradicional, evidenciando o uso adequado da próclise e da ênclise pelo autor Medeiros Braga. Além disso, os resultados confirmam que com a modernização do gênero cordel existe a necessidade de adequação do uso da colocação pronominal como meio de possibilitar a aproximação desse gênero a um número maior de leitores.