Uma das funções da universidade é produzir conhecimento e permitir, na medida de seu avanço, a compreensão ampla do ser humano e da vida em sociedade. Diante disso, torna-se necessário repensar a produção e a sistematização do conhecimento fora das posturas científicas dogmáticas, no sentido de inseri-las num contexto de totalidade. Dentro desse contexto, percebemos a necessidade do trabalho interdisciplinar nas Instituições de Ensino Superior (IES), uma vez que a interdisciplinaridade busca romper com a forma fragmentada do conhecimento, possibilitando a interação entre as diferentes áreas do saber e suas relações entre si e com a realidade, objetivando a formação integral do sujeito. Contudo, exercer a interdisciplinaridade na universidade requer profundas mudanças na vida acadêmica, abrindo espaços efetivos de diálogos, de colaboração e socialização entre os saberes. É diante desse cenário que este artigo se apresenta, com o objetivo de apresentar resultados parciais de uma pesquisa que está sendo desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação, Culturas e Identidades da Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco – FUNDAJ. Esta investigação está sendo realizada a partir das análises das concepções e das práticas pedagógicas vivenciadas pelos professores de um curso de engenharia, que desenvolvem projetos interdisciplinares em uma Unidade Acadêmica da UFRPE, com objetivo de compreender como a interdisciplinaridade está sendo concebida pelos professores(as) e efetivada em suas práticas pedagógicas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso, que tem como técnicas de coleta de dados a análise documental, a entrevista e a observação. Os resultados parciais nos mostram que apesar das barreiras presente no trabalho interdisciplinar na educação superior, as ações estratégicas interdisciplinares se configuram como uma forma de romper com o conhecimento fragmentado e como uma alternativa para a compreensão das necessidades globais.