O emprego de plantas medicinais na recuperação da saúde tem evoluído ao longo dos tempos desde as formas mais simples de tratamento local, provavelmente utilizada pelo homem das cavernas, até as formas tecnologicamente sofisticadas de fabricação industrial utilizada pelo homem moderno. Mas, apesar das enormes diferenças entre as duas maneiras de uso, há um fato comum entre elas: em ambos os casos o homem percebeu, de alguma forma, a presença nas plantas de algo que, administrado sob a forma de mistura complexa como chás, garrafadas, tinturas ou como substância isolada tais como comprimidos, a propriedade de provocar reações benéficas no organismo, capazes de resultar na recuperação da saúde (HARRI, 2008).
A espécie M. tenuiflora é pertencente à família Leguminoseae e subfamília Mimosaceae (Mimosoideae) é conhecida como jurema preta, calumbi e jurema. Existem cerca de 500 espécies do gênero Mimosa L., apresenta-se como uma árvore de porte arbustivo geralmente bifurcada com galhos baixos, alcançando uma altura média de 4,5 m. com a idade de 5 anos.Possui espinhos no caule e uma casca rugosa. As folhas são bipinadas e flores dispostas em espigas de cor amarela esbranqui- çada. O fruto é uma vagem pequena de tegumento fino e quebradiço quando maduro (FARIA, 1984).
As propriedades medicinais das plantas devem-se a presença dos metabólitos secundários, que são substâncias produzidas durante o metabolismo secundário dos vegetais. Uma forma de identificar esses compostos é através da triagem fitoquímica. A prospecção fitoquímica é uma técnica útil em estudos preliminares de metabolitos secundários, pois a partir de tais estudos determina-se a composição química de espécies vegetais (PINTO et al.,2002).
Diante disso, percebeu-se a importância da avaliação dos metabólitos secundários através da prospecção fitoquímica da espécie Mimosa tenuiflora (Wild) Poir.
Para identificação dos metabólitos secundários utilizou-se a metodologia de Matos (2001) com algumas adaptações, para identificar os seguintes compostos: fenóis, taninos pirogálicos, taninos flobafênicos, antocianina, antocianidina, flavonas, flavonóis, xantonas, chauconas, auronas, flavononóis, leucoantocianidinas, catequinas, flavononas, esteroides, triterpenóides e xantonas.
Na prospecção fitoquímica das frações MCH, MCC e MCA,foi identificado a presença de taninos flobatênicos; flavonas, flavonóis e xantonas; catequinas; flavononas; esteróides e saponinas.
Ao analisar a prospecção fitoquímica das frações MFH, MFC e MFA, identificou taninos flobatênicos; flavonas, flavonóis e xantonas; catequinas; flavononas; esteróides e saponinas.
Diante disso, torna-se evidente á importância da prospecção fitoquímica de espécies vegetais, como da jurema preta. É de total relevância a descoberta e identificação desses princípios ativos, a fim de que novas fontes de fármacos venham ser sintetizados a partir dessas estruturas, e possam ser usados na cura de patologias.