A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro que ocupa uma área de 844.453Km², o equivalente a 11% do território nacional, composto por uma vegetação tropical xerófila. Todavia, pesquisas apontam que entorno de 46% da área do bioma encontra-se degradada. Atualmente, vem sendo implantada as obras de infraestrutura do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (PISF), sendo previstos 44 impactos ambientais, e dentre estes há a redução de habitats e da biodiversidade. Desta forma, neste estudo objetivou-se identificar a composição florística e a dispersão de sementes em uma área degradada pelo PISF. Para cumprir tal objetivo, foi realizado um levantamento florístico, através de caminhamento em 10Km da Área Diretamente Afetada pelo empreendimento, sendo em seguida identificadas as espécies observadas e realizado o levantamento das Síndromes de Dispersão de sementes das mesmas. O levantamento florístico apontou a ocorrência de 33 espécies pertencentes a 28 gêneros e 16 famílias botânicas. Dentre estas, 18% eram espécies exóticas, sendo este um fator negativo para a Caatinga, pois tais espécies podem vir a substituir a flora autóctone. Foram identificados também quatro síndromes de Dispersão, sendo a autocoria a mais recorrente entre as espécies. Ressalta-se que, a dispersão de sementes é um processo fundamental do ciclo de vida de cada espécie vegetal, pois os mecanismos de dispersão podem ser encarados como os meios pelos quais as espécies tentam promover essa conquista por novas áreas. Diante dos dados apresentados, conclui-se que apesar da Área Diretamente Afetada pelo Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), ser composta em sua maioria por espécies nativas ao bioma Caatinga, pode-se ocorrer uma substituição destas por espécies exóticas. Estas espécies têm potencial de invasão biológica de forma fácil e agressiva, pois são fortes competidoras, podendo liberar substâncias inibidoras do crescimento em plantas vizinhas, facilitando e aumentando as chances de sua rápida propagação, assim como apresentar a Autocoria como principal Síndrome de Dispersão.