O Movimento de Mulheres no Empreendedorismo Rural na Serra do Teixeira/PB, vem nos últimos anos ganhando destaque principalmente nas discussões sobre a Agricultura Familiar e o Empoderamento Feminino nos caminhos dos arranjos produtivos locais no Sertão Nordestino, sendo impulsionada pelos conceitos da segurança e a soberania alimentar, ocupações exclusivas do gênero masculino até bem pouco tempo e nessa conjuntura de transformações, evidenciar o protagonismo feminino no campo, nas produções de alimentos saudáveis e sustentáveis, na comercialização e geração de renda; imprimindo ideias de igualdade nas relações de trabalho e nas lideranças dos empreendimentos rurais.
A agricultura desde os primórdios da evolução humana, fase dos povos nômades, se fizeram necessária para a produção alimentícia e manutenção das espécies; e a partir desta necessidade, as demandas de implantação de técnicas motivou a implementação de mecanismos e ferramentas, que diminuíssem os impactos com a natureza, avaliando principalmente os recursos como esgotáveis; esse controle sobre os meios e a mudança da produção, exigiu que as relações de trabalho e as divisões de tarefas também passassem por reformulações, possibilitando à mulher e demais integrantes da família uma participação no processo produtivo, que gerou a Agricultura Familiar, apoiada e incentiva inclusive por meio de políticas públicas, a exemplo do Programa Nacional do Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF).
Os produtores rurais vivendo uma nova fase, e na região Nordeste com as deficiências de água e fertilidade dos solos, buscaram com as parcerias criar Cooperativas, Associações e/ou comunidades tradicionais, que com lideranças atuantes, passaram de produções ineficientes à eficácia e a produção de alimentos agroecológicos, sem uso de agrotóxicos ou venenos e dando mais oportunidade na condução dos negócios pelas mulheres, que com estratégias de mercado, sendo audaciosas e empreendedoras, fomentaram articulações junto aos órgãos de Assistência Técnica Rural, buscaram a regularização de suas terras e começaram a acessar com suas famílias, recursos e aportes financeiros do Governo e Bancos Financiadores.
O protagonismo feminino e o empoderamento das práticas agroecológicas, fizeram com que casos de sucesso pudessem aumentar as produções de produtos orgânicos e também de criação de novos produtos artesanais, aproveitamento alimentos e espécies do Bioma Caatinga que sem perspectiva serviam apenas como alimentação dos animais, com a criatividade aforada e iniciativas de começar algo novo e fazer, princípios do Empreendedorismo, vem aos poucos começando um novo movimento intitulado ou reconhecido como: “momento de se arriscar”; “momento de buscar novos horizontes” e “momento de criar produtos valorizando a nossa região”.
Este texto parte de uma pesquisa recente e ainda está em construção, cujos desdobramentos partiram do Componente Curricular Empreendedorismo, ministrado aos alunos do Curso de Formação Inicial e Continuada – FIC em Agricultura Familiar de maio à agosto do corrente ano no IFPB – Campus Princesa Isabel, nas atividades em sala de sala aula, aportados pelo conteúdo programático anteriormente planejado, nas rodas de conversas, nos relatos, nas entrevistas dirigidas para entender a realidade local de suas produções, , e com os depoimentos de experiências vividas e vivenciadas em seus territórios de produção, o viés das aulas foi reprogramado.