O semiárido é caracterizado por baixa umidade e pouco volume pluviométrico. Seu grande fator de destaque é o clima, que por sua vez determina variações da paisagem. É conhecido pelo binômio seca-chuva, sendo os efeitos da seca os mais notórios. Um tipo de degradação atrelado a esse clima está afetando o nordeste brasileiro, trata-se da desertificação. Como forma de tentar solucionar este problema foi conduzido um experimento no assentamento Trangola, localizado no munício de Currais Novos, Rio Grande do Norte. Para isso foram utilizadas espécies arbóreas nativas da localidade, dentre elas a favela (Cnidoscolus phyllacanthus ( Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm.)). As mudas foram produzidas em viveiro florestal da Escola Agrícola de Jundiaí, município de Macaíba-RN. Como substrato foi utilizado areia peneirada e esterco bovino, na proporção 2:1, e utilizado saquinhos de muda de 30cm. Observou-se então o estabelecimento inicial das mudas nessa área de caatinga. Ao final de quatro meses a favela obteve bom crescimento. Essa espécie é considerada pioneira, e seu comportamento confirma esta informação, pois seu desenvolvimento tanto em altura quanto em diâmetro na base, foram crescentes ao longo do tempo, não havendo estabelecimento das medições ao longo dos meses avaliados. Houve, por fim, estabelecimento de 100% das mudas de faveleira no campo, e as medidas observadas foram consideras altas para o bioma caatinga. Pesquisas recentes demonstram diversos potenciais para a faveleira: utilização do óleo da semente na produção de biocombustíveis, extratos para usos medicinais, e ainda utilização da própria planta para a recuperação de áreas degradadas, pois apresenta características de espécie primária na sucessão ecológica e possui afinidade com ampla diversidade de pássaros que se alimentam das suas sementes.