Introdução: As plantas medicinais são bastante utilizadas para fins terapêuticos e curativos há milhares de anos, principalmente em forma de chá. A ingestão de chá está intimamente relacionada aos benefícios promovidos à saúde, o que justifica o crescente consumo da bebida. Myrciaria strigipes (Myrtaceae), conhecida popularmente como cambuí é usada na medicina tradicional para cãibra, edema e dor de barriga, há, porém, poucas informações científicas a respeito de sua eficácia e segurança de uso. O objetivo do estudo é investigar os compostos fotoquímicos e avaliar o potencial antioxidante do chá da casca do fruto do cambuí. Metodologia: Os frutos de Myrciaria strigipes foram coletados de árvores nativas na Área de Proteção Ambiental da Chapada do Araripe (Exu, Pernambuco). Logo após foram lavados e despolpados e a casca levada ao forno doméstico por 5 min para desidratar, depois triturado no liquidificador. O preparo do chá foi realizado por decocção utilizando 2 g da casca desidratada e triturada para 170 ml de água filtrada. Para a dosagem de compostos fenólicos foi utilizado o método de Folin– Ciocalteau de acordo com Li et al. (2008), utilizando ácido gálico como padrão e para flavonóides foi utilizado o método proposto por Woisky and Salatino (1998), utilizando quercetina como padrão. Para avaliar a atividade antioxidante foi utilizado o método de ABTS de acordo com Uchôa et al. (2015) utilizando o trolox como padrão de referência. A atividade antioxidante pelo método de DPPH do chá foi realizada de acordo com a Brand-Williams et al. (1995) com algumas modificações. Foi ulilizado metanol como controle negativo. E o ácido gálico como padrão. Resultados e discussão: Os resultados mostraram que o chá das casas dos frutos do cambuí apresentou: Compostos fenólicos totais (816,428 ± 0,7 mg EAG g), flavonóides (26,450 ± 1,7 EQ g). Na atividade antioxidante, frente ao radical ABTS+ , o chá apresentou 84% de atividade antioxidante após 6 minutos de incubação e para o método DPPH o chá mostrou um seqüestro de radical livre de 89,9% após 30 minutos de incubação. Vários estudos revelaram que a maioria das atividades antioxidante é devido a compostos bioquímicos, tais como flavonóides, isoflavonas, flavonas, antocianinas, catequinas e outros compostos fenólicos. Conclusão Diante dos resultados obtidos infere-se que o chá das casas dos frutos do cambuí são fontes de substâncias antioxidantes, podendo ser considerados como alimento funcional. São necessários maiores estudos, pois o isolamento e identificação dessas moléculas, e a compreensão da ação na captação de radicais livres são de suma importância para sua utilização na prevenção de diversas patologias.