À medida que a relação com a terra passa por uma modernização e o contato com centros urbanos se intensifica, a rede de transmissão do conhecimento sobre plantas medicinais pode sofrer alterações, sendo necessário, com urgência, fazer o resgate deste conhecimento e das técnicas terapêuticas, como uma maneira de deixar registrado este modo de aprendizado informal. O presente trabalho objetivou utilizar o conteúdo de plantas do 7ª ano do ensino fundamental II, introduzido no ensino de Ciências, no estudo da morfologia e fisiologia de plantas, como uma forma de proporcionar o ensino-aprendizagem, voltadas para as espécies medicinais nativas e cultivadas. Os dados foram coletados durante os meses de julho e agosto de 2017, através de uma pesquisa semiestruturada realizada individualmente, com 26 alunos na faixa etária entre 10 a 13 anos Assim, as espécies medicinais nativas e cultivadas foram coletadas pelos alunos e posteriormente foi realizado a sua identificação, onde parte da planta ou até mesmo a planta inteira foi identificada para fins medicinais. Os resultados comprovaram que 80% dos alunos não conheciam a diferença entre espécies nativas e cultivadas, onde se constatou que as espécies coletadas pelos alunos foram 70% cultivadas e 30% nativas do bioma Caatinga. Foram coletadas 20 espécies, distribuídas em 14 famílias e 20 gêneros. As famílias com maior representatividade foram Lamiaceae (6 spp.) e Fabaceae (2 spp.), as demais apenas com uma espécie. As espécies com mais exemplares coletados foram Lippia alba (Mill.) N. E. Br.(erva-cidreira) com 10 (dez), Punica granatum L. (romã) com 08 (oito) e Chenopodium ambrosioides L. (matruz) com 05 (cinco). Conclui-se que os alunos no momento da coleta botânica, apresentaram muita dificuldade em reconhecer uma planta medicinal nativa e cultivada, onde os conteúdos que abordam sobre as plantas se tornam mais fáceis o entendimento quando se contextualiza o referido conteúdo com a realidade local.