A degradação da caatinga ocorre em sua maioria por causa da intervenção humana, feita de maneira incorreta e predatória, resultando na perda de muitas espécies que foram retiradas para utilização como fonte de energia, por exemplo. Para tentar reduzir essa problemática, existem formas de utilização sensata desses recursos, como o manejo sustentável, que além de retirar a matéria prima de maneira menos agressiva, contribui para a manutenção da vegetação. A utilização de florestas energéticas é outra alternativa que vem sendo empregada no Brasil, vista a grande demanda de madeira que existe no país. As características apresentadas pela madeira refletem nas propriedades do carvão vegetal, por isso é importante a realização de estudos que permitam conhece-la melhor física, química e anatomicamente, pois isso ajuda a definir melhor a sua aplicabilidade. Grande parte da madeira destinada para a produção de energia no Brasil é oriunda de florestas plantadas de espécies do gênero Eucalyptus, denominadas de florestas energéticas. Uma das espécies que vem sendo muito utilizada com essa finalidade é E. urophylla. Neste contexto, objetivou-se realizar o estudo da densidade básica e das propriedades do carvão vegetal produzido com clones de E. urophylla, por meio da análise imediata. Foram utilizados três clones de E. urophylla provenientes de um plantio experimental implantado na Estação Experimental do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) localizado na Chapada do Araripe, município de Araripina, semiárido de Pernambuco. Foram coletados discos nas alturas 0%, 50 % e 100% da árvore, posteriormente reduzidos a cavacos e homogeneizados para criar uma amostra única por tratamento. As amostras foram submetidas ao processo de carbonização em um forno do tipo mufla e a partir dessa prática, obteve-se os valores para calcular os resultados referentes ao rendimento gravimétrico. Outra porção das amostras foi destinada ao estudo do teor de cinzas, feito também no forno tipo mufla, onde os cavacos foram colocados em cadinhos e permaneceram até que só restaram as cinzas do material. Os três clones apresentaram valores satisfatórios e compatíveis com a literatura, em relação ao teor de cinzas (de 0,39 a 0,65 %) e rendimento gravimétrico (de 0,39 a 0,65 %) do carvão vegetal, sendo então indicados para serem usados como tal. Uma vez comprovada a eficiência dessa matéria prima para ser usada como fonte de energia, têm- se uma alternativa para substituir a utilização da madeira nativa da caatinga, colaborando na prevenção e redução do desmatamento ilegal e na sua preservação.