As pesquisas com materiais alcalinamente ativados têm ganhado destaque na área da produção de
superfícies seletivas para coletores solares com temperatura de trabalho acima de 100°C pois, permitem o
uso de sistemas renováveis e não poluentes, além de permitirem a utilização de diversas matérias primas
precursoras, especificamente materiais residuais como a cinza do bagaço da cana-de-açúcar, o que possibilita
agregar valor a esse tipo de resíduo abundante no Brasil. O presente estudo teve por objetivo realizar a
caracterização microestrutural da cinza residual do bagaço de cana-de-açúcar avaliadas na pesquisa, assim
como testar a resistência à compressão simples nos materiais alcalinamente ativados visando identificar se
existe possibilidade do seu emprego na síntese da ativação alcalina de materiais. Para isso foram coletadas
cinzas provenientes de uma indústria produtora do Estado da Paraíba, sendo utilizadas duas fontes do
material precursor (obtidas do filtro do forno que são as cinzas leves e obtidas do fundo do forno que são as
cinzas pesadas), após secagem a 100°C/1h as cinzas foram submetidas ao processo de moagem.
Sequencialmente, tanto as cinzas naturais (CBC-L e CBC-P) quanto as moídas (CBC-L60 e CBC-P60)
passaram por análises de transmissão na região do infravermelho (FTIR), Microscopia Óptica (MO) e
Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Uma vez realizadas as caracterizações microestruturais das
cinzas, as mesmas foram submetidas à síntese alcalina. A resistência à compressão dos materiais
alcalinamente ativados foi obtida pelo ensaio indicado na NBR 7215. Como conclusões da pesquisa tanto
referentes à caracterização dos materiais precursores quanto do material ativado alcalinamente existe
indicação da possibilidade da sua utilização na síntese da ativação alcalina de materiais.