Na região do Cariri Ocidental da Paraíba, o município de Sumé se destacou como referência na produção agrícola desde a implantação de um perímetro irrigado na década de 1970 do século XX, que teve seu auge no período de 1976 a 1983, devido ao suporte hídrico fornecido por meio da liberação da água do reservatório público deste município, que possui capacidade volumétrica igual a 44.864.100 m³, inicialmente destinada para propriedades de 47 lotes, com área de 27,365 km², mas entrou em declínio na década de 1990, devido a um longo período de estiagem e problemas de uso inadequado de métodos de irrigação. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da redução da precipitação sobre a produção agrícola no perímetro irrigado de Sumé, PB, e consequentemente, da migração da produção de tomate em larga escala para a produção agroecológica animal e vegetal.De acordo com os relatórios apresentados por meio da Cooperativa de Produtores de Sumé, PB, no período de 2008 a 2011, o rendimento da produção de tomate médio anual é de 56,74 Ton.ha-1, o que supera os valores obtidos no mesmo período da produção obtida no estado da Bahia e em Goiás, mas ainda é inferior a produção de tomate no estado de São Paulo, SP. O consumo de água para a produção tradicional de 1 kg de tomate varia de 80 L a 100 L de água. Se considerarmos o limite superior de uso da água na produção tradicional do tomate, teremos por ano, o uso de 5.674.000 litros de água, ou 5.674 m³ de água, em uma área média de produção de 2,13 ha. Devido a escassez hídrica vivenciada desde o ano de 2012, há uma migração crescente para a produção agroecológica animal e vegetal. A produção de aves tem sido subsidiada pela indústria avícola do estado de Pernambuco e a produção vegetal tem sido mantida pelo esforço dos produtores rurais da região.De acordo com os resultados obtidos foi possível concluir que a escassez hídrica, no período analisado, foi o principal motivo da migração da produção tradicional de tomate no perímetro irrigado de Sumé para a produção agroecológica animal e do fortalecimento da produção agroecológica vegetal, em geral de grãos, hortaliças e frutas, no município de Sumé, devido a menor exigência de uso da água e das práticas conservacionistas que são utilizadas, que além de reduzir o consumo de água, favorecem a saúde da população que consome estes produtos.