O presente trabalho se dedica a discutir as representações, aproximações e afastamentos, entre o sertão e litoral do Nordeste, a partir da película O pagador de Promessas (1962), direção de Anselmo Duarte. Haja vista, que são mais comuns os estudos que se dedicam as discursões regionalistas das representações fílmicas, sendo assim, percebemos a necessidade de reduzir o campo de análise para compreender o jogo representacional interno de um determinado recorte geográfico intra-regional. Como base teórica, para este estudo, utilizamos Chartier (2002) e Hartog (1999), já para o percurso metodológico optamos por Lagny (2009), Barros (2012) e Santiago Junior (2012). Diante disso, no decorrer do trabalho percebemos uma dicotomia na representação do Sertão e litoral, sendo o primeiro pensado em posição sociocultural inferior, o que podemos perceber é um desprestígio do sertanejo (a), como um sujeito que precisava ser integrado ao desenvolvimento já instaurado no litoral, ou seja, ele seria o “outro”, como suas distorções e discrepâncias, que se diferencia do modelo ideal, fixado na representação do litorâneo, o “eu”.