Entendendo que as políticas educacionais são produções sociais, que acontecem em diferentes contextos, envolvendo diversas demandas com resultados imprevisíveis nosso interesse nesse artigo é analisar as possíveis relações existentes entre as entidades educacionais pesquisadas e as comunidades disciplinares/epistêmicas na constituição das políticas educacionais/curriculares. Considerando as especificidades e inter-relações das/entre as comunidades disciplinares e epistêmicas com suas caracterizações e motivações, as vezes próprias, e outras vezes compartilhadas, nosso interesse não é o de perceber distinções entre uma e outra, mas sim, perceber as relações no movimento de embates e disputas de cada uma no percurso da reforma do ensino médio, desde a MP, passando pelo PLV, até chegar à Lei. Sobre a atuação das entidades, apresentamos as concepções de Goodson (1997) e Haas (1992) a respeito da constituição das comunidades disciplinares e epistêmicas. Sem nos distanciarmos muito das concepções de Goodson e Haas, assimilamos as contribuições de Costa (2012) de que há interesses e demandas que perpassam várias comunidades, não sendo fixa sua formação, nem limitada seu campo de atuação e de luta. Para realização dessa pesquisa analisamos cartas de repúdio, manifestos e notas públicas emitidas pelas entidades ANPED, ANPUH, ANFOPE, ABRAPEC, ALAB, ABECS, ABH, APROFFIB, ANDES, CNTE e FNE.