O ato de se alimentar vai além da necessidade de se nutrir. Está relacionado a valores afetivos, culturais e sensoriais. Comer é mais que uma necessidade, é um momento de confraternização com o grupo social no qual pertencemos. O alimento passa, então, a ser mais que uma fonte de nutrientes para o corpo, se transforma em elemento cultural, social e passa também a ter valor afetivo como a comida que nossas avós e mães.
Após a revolução industrial uma modificação de hábitos alimentares se iniciou, as mulheres responsáveis pela alimentação da família precisaram sair para trabalhar para ajudar no sustento das famílias e assim, os alimentos, antes preparados com afeto e com utilização de ingredientes fresco e naturais, passaram a ser cada vez mais processados para que elas não perdessem tanto tempo na cozinha. O cultivo de alimentos nos quintais praticamente deixou de existir. Os alimentos saudáveis praticamente não vão mais à mesa de uma grande parcela da população mundial e a ausência deles passou a ser uma preocupação para uma parcela da população de muitos países, pois o consumo de alimentos processados aumentou bem como as doenças decorrentes da má alimentação e a falta de exercícios físicos, entre as doenças estão: obesidade, diabetes, aumento de colesterol, hipertensão.
Mudar os hábitos alimentares de uma sociedade acostumada a alimentos processados e de fácil preparo nem sempre é uma tarefa fácil e, é com este objetivo que o grupo de estudos em alimentação saudável do Centro de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (CPICS)- Equilíbrio do Ser em João Pessoa, se associa a Universidade Federal da Paraíba- UFPB, através da Extensão Universitária do curso de gastronomia, com uma importante função social realizada por meio de ações conjuntas direcionadas à comunidade, colocando em prática o aprendizado nas aulas de Gastronomia Alternativa e o aproveitamento integral do alimento.
A pesquisa foi realizada entre os participantes dos grupos de estudo em alimentação saudável do CPICS pelos estudantes da UFPB através da aplicação de um questionário com perguntas abertas e fechadas para saber como estavam à saúde e os hábitos alimentares dos participantes.
A pesquisa demonstrou que os participantes estão bem de saúde, mas o que as levou a ir ao grupo foram problemas de saúde como colesterol, pressão arterial elevada e diabetes. A maioria hoje em dia pratica atividade física como caminhadas pelo menos três vezes por semana, e o grupo conta com uma parcela maior de pessoas acima dos 40 anos. Observamos também com os registros que, o conhecimento adquirido com os estudos realizados no grupo melhorou a condição de vida dos participantes e seus hábitos alimentares.