Esse texto, fruto de parte de uma dissertação de mestrado, pretende contribuir para a compreensão de como os profissionais das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) e os usuários lidam com a utilização (ou não) de plantas medicinais como uma das Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (RN), a partir da experiência vivenciada no Município de Currais Novos, no estado do Rio Grande do Norte (RN). Trata-se de uma investigação de natureza qualitativa e exploratória, seguindo a abordagem fenomenológica de Merleau-Ponty (1999), pois se direciona às experiências vividas, no sentido de compreendê-las, permitindo que a escolha de investigar os sujeitos partisse da intencionalidade do pesquisador, uma vez que é considerado também um sujeito que observa, interpreta e compreende. Para a coleta dos dados, realizada entre os meses de agosto e dezembro de 2013, utilizaram-se entrevistas do tipo semiestruturadas, relacionadas a questões que contemplaram os objetivos propostos, contendo perguntas fechadas e abertas. No transcorrer deste estudo, pôde-se perceber que a utilização de plantas medicinais como terapia popular de cuidado no município de Currais Novos/RN encontra-se presente no cotidiano das pessoas, fundamentalmente embasada no conhecimento tradicional, advindo, principalmente, do ambiente familiar e condicionada aos fatores culturais, assim como em muitas outras localidades em todo o mundo. A partir deste estudo, pode-se perceber a importância atribuída à utilização de plantas medicinais, como também evidenciar que é na tradição familiar que se encontra a principal forma de disseminação do conhecimento a respeito da utilização das mesmas.