A política nacional de práticas integrativas e complementares -PNPIC (2006) legitima a expansão das PIC’s em serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), onde se destacam racionalidades da Medicina Tradicional Chinesa-Acupuntura, Homeopatia e Fitoterapia. Segundo Brasil (2015), há maior concentração na Atenção básica à Saúde, onde estão 78% do uso de PIC’s. Sabendo que entre as diretrizes da PNPIC está o incentivo à inserção de PIC’s com ênfase na atenção básica, este trabalho tem como objetivo relatar a experiência de residentes em Saúde da Família ao participar dessa inserção numa unidade de Saúde da Família (USF) de um município do sertão da Bahia e apontar os ganhos da incorporação dessas práticas na Atenção Básica. A metodologia se deu ao (1) realizar articulação com a universidade federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) onde está instituída a tutoria da residência; (2) dialogar com a USF sobre o conceito e proposta de cuidado das práticas; (3) convidar terapeutas de um centro de terapias naturais do município para apoiar as ações; (4) construir o dia de comemoração da PNPIC na USF, organizando as práticas a serem ofertadas e fluxos e (5) convidar a comunidade através de visitas domiciliares. Os resultados apontaram uma adesão satisfatória da comunidade, visto que houve, em um turno, a realização de 60 atendimentos em média de práticas como Massagens Relaxantes e Massoterapia; Reiki, Shantala; Cromoterapia; Práticas corporais; Aromaterapia e Fitoterapia; a avaliação posterior da equipe e dos residentes através de relatos orais apontou para a descoberta de novos modos de cuidado para a atenção básica, em que os profissionais também tem acesso ao cuidado; houve ainda, relatos de cessação de sintomas recorrentes como cefaleia, insônia e tensões musculares. Desse modo, compreendendo a atenção básica como o modo organizativo mais próximo do território, complexidades do usuário e suas principais demandas de Saúde, as PIC’s tem a possibilidade de serem estratégicas ao garantir e melhorar o acesso aos serviços, operacionalizar a integralidade do cuidado e expandir modos de acolhimento e oferta de práticas capazes de trazer resolutividade para os problemas de Saúde da população.