Introdução: As Práticas Integrativas e Complementares teve sua primeira menção no Brasil como nova prática terapêutica na 8ª Conferência Nacional de Saúde em 1986 e sua introdução no país aconteceu junto a Reforma Sanitária e criação do Sistema Único de Saúde. Depois de anos de discussão em grupos de trabalho sobre as PICs, em 2006 foi criada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, guiada pelas estratégias da Organização Mundial de Saúde para o fortalecimento das PICs nos estados membros. Sua utilização na Atenção Primária ainda hoje é um campo de discussões e novas descobertas, tendo em vista a perspectiva do cuidado longitudinal do indivíduo levando em consideração sua dimensão global – sem perder de vista sua singularidade – com qualidade e imersão sociocultural. Objetivo: O presente trabalho tem o objetivo de relacionar a utilização das PICs pela Atenção Primária a Saúde como novo modelo de cuidado fortalecendo os princípios da integralidade com enfoque familiar e comunitário que são elementos convergentes as PICs. Metodologia: Foi realizada revisão bibliográfica baseada na literatura especializada através da consulta de artigos científicos que abordassem as temáticas das PICs e da Atenção Primária nos últimos 10 anos selecionados nos bancos de dados Scielo e Capes no período de março a abril de 2017. Resultados: Os artigos encontrados sobre o tema convergem na crítica ao enfoque biologicista e fragmentário da biomedicina que distancia o usuário das práticas de saúde da atenção primária tendo a presença das PICs como outra via possível de cuidado que pode ser complementar ou mesmo preferível. Conclusão: A consolidação das PICs na atenção primária é uma via estratégica para permitir uma modificação no cuidado que assegure para além dos tratamentos médicos, o intuito original de uma política de saúde universal como direito de cidadania e dever do Estado.