O uso de plantas medicinais em comunidades quilombolas relaciona-se com a cultura popular que perpetua de geração para geração, através do conhecimento empírico, resultado de experiências vivenciadas pelos indivíduos. O objetivo deste trabalho foi relatar uma experiência na Comunidade Quilombola do Grilo – PB, acerca do uso de plantas medicinais e além disso, identificar fatores que podem afetar o bem-estar biopsicossocial dos moradores da mesma. A vivência na comunidade se deu em dois momentos, um em março e outro ao final de abril de 2017 e foram realizados com base na proposta de elaboração de um diagnóstico comunitário, como atividade acadêmica na disciplina de Sociologia e Antropologia da Saúde. Com base no diálogo foram identificados algumas situações-problema como: (1) ausência de atividades que gerem empregos vinculados a prefeitura da cidade; (2) não existe coleta de lixo e rede de esgoto, o que viabiliza o surgimento de impactos prejudiciais da presença humana e aumenta os riscos à saúde da população; (3) ausência de serviços de saúde na comunidade, o que dificulta a acessibilidade dos indivíduos ao sistema de saúde. Além disso, foi observado que a comunidade possui proximidade com práticas agrícolas, associadas ao conhecimento de plantas com propriedades medicinais como: hortelã, erva-cidreira, capim-santo, boldo, noni, erva-moura, entre outros. Considerando as formas de preparo e uso dessas plantas, os indivíduos relatam, principalmente, a ingestão através do chá, lambedor e xarope. Entretanto, no que se diz respeito ao uso de plantas medicinais como alternativa terapêutica pelos quilombolas, acredita-se ser necessário realizar um levantamento etnobotânico na comunidade do Grilo e como continuação das ações acadêmicas, vislumbra-se a proposição de ações extensionistas, com intenção de esclarecer os aspectos fundamentais para o uso racional de plantas medicinais, prevenindo intoxicações e outros problemas de saúde.