As Práticas Integrativas e Complementares, surgem no contexto da Saúde Pública como possibilidades de construir práticas clínicas calcadas na horizontalidade e humanização do cuidado. Considerando o sujeito como ser holístico e integrado consigo, com os outros e o ambiente que o cerca. Este trabalho objetiva discorrer acerca da percepção que os profissionais que atuam na Atenção Básica em Saúde tem das Práticas Integrativas e Complementares enquanto constituintes das linhas de cuidado e processos de trabalho já existentes. Para tanto, o presente trabalho versa de um relato de experiência através da vivência com profissionais de saúde, utilizando-se das práticas de Meditação, Auriculoterapia, Tenda do conto e Shantala nas Unidades de Saúde da Família de Saúde da Família no interior de Pernambuco. As oficinas de utilização dessas Práticas tiveram como finalidade proporcionar uma condição que prioriza a integralidade do Ser Humano, como meio de amplificar a atuação das equipes na perspectiva de um cuidado humanizado. Utilizando-se como recursos de análises os registros dos portfólios, a observação participativa, e os relatos dos integrantes das oficinas. Dentro da intervenção dos Residentes em Atenção Básica junto às equipes, oportunizou-se em diversos momentos a possibilidade do contato com as Práticas Integrativas e Complementares. Essas modalidades puderam ser utilizadas amplamente dentro dos processos de trabalho já existentes das equipes bem como diante das diversas linhas de cuidado traçadas por elas em conjunto com os Residentes. Apesar da inicial indiferença e desconhecimento das Equipes com relação às práticas levantadas, houve uma abertura de intervenção e aceitação destas modalidades de cuidado como uma complementariedade do trabalho já realizado nas unidades. As formas alternativas de cuidado impulsionam o modelo da Medicina ocidental para um rumo de uma tecnologia e mais leve baseada na relação mais fluida de cuidador e cuidando. Diante desse cenário o saber popular também ganha voz com o uso de ervas medicinais e outras formas de cuidado que antes não possuía cientificidade. Torna-se desafiador trabalhar com as Práticas Integrativas e Complementares dentro da atenção básica em saúde principalmente em decorrência da formação dos Profissionais de Saúde que ainda não consegue conceber o ser humano como constituinte de um conjunto de mente e corpo em que o cuidado é caracterizado justamente na interação destes.