Os primeiros estudos sobre o autismo foram desenvolvidos pelo psiquiatra Leo Kanner, em 1943, que identificou como um padrão comum “um distúrbio afetivo de contato”. Em 1944, o austríaco Hans Asperger descreveu o estudo de um grupo de quatro crianças com dificuldades de integração social, e, com uma linguagem de vocabulário muito peculiar, limitação de expressões faciais, e com alguns prejuízos das competências cognitivas. Em 1979, Lorna Wing e Judith Gould introduziram o conceito de “Espectro do Autismo”, que reúne as variações dentro de uma escala de casos mais leves e/ou atípicos até os casos mais graves. Desde Kanner até os dias atuais muitos estudos tem contribuído para o desenvolvimento do acompanhamento terapêutico para os indivíduos dentro do Transtorno do Espectro do Autismo. Nesse artigo propomos uma revisão do que preconizam os documentos oficiais brasileiros sobre as práticas educativas que acompanharam, não apenas o aumento do contingente de indivíduos com autismo, mas, além disso, as mudanças infligidas pelas leis de inclusão e, principalmente, pela mudança de paradigma no espaço educacional. Tomamos como objeto de análise dos textos do Saberes e práticas da inclusão: dificuldades acentuadas de aprendizagem: autismo (2004), do Documento subsidiário à política de inclusão (2005), e.das Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (2013) Nos fundamentamos em Donvan e Zucker (2016) para discussão sobre o percurso histórico das práticas educativas para o espectro autista, Surian, 2010 e Bandin (2011) sobre avaliação e definição do critérios de diagnóstico que permeiam os documentos oficiais.