A saúde humano-ambiental relaciona-se com problemas socioambientais resultantes da economia capitalista que visa à exploração-produção-consumo na relação natureza-homem-sociedade, gerando impactos ambientais nos espaços urbano-rurais. Neste trabalho, considera-se a realidade ambiental no meio rural investigando-se saberes-fazeres sobre o cuidado ambiental campesino, tendo-se como fonte informacional narrativas de idosos(as), protagonistas das mudanças socioeconômicas ocorridas neste espaço em termos da produção e acúmulo de resíduos líquidos e sólidos em diferentes épocas (décadas de 40-90 e atuais) e temporalidades etárias (idosos/adultos/jovens). Esta pesquisa define-se como qualitativo-etnográfica realizada com moradores do Sítio Pitombeira (Barra de Santana-PB), com visitação local e registros orais, seguindo as transcrições de depoimentos e entrevistas semi-estruturadas, tematizando com os idosos(as) a produção de resíduos e seu acúmulo no espaço rural (estradas, cercados, currais, rios, residências). Esta discussão norteia-se pelos estudos da Memória e Saúde Ambiental em diálogo com as mudanças socioambientais narradas e vivenciadas pelos idosos(as), a exemplo do consumo e acúmulo de produtos industrializados e seu descarte em diferentes épocas. Ainda, verificando-se práticas de descartes mais recorrentes entre gerações (queima e aterros), bem como os locais por eles determinados para o descarte dos resíduos mais “perigosos e ofensivos a saúde” (serrotes, locas de pedra, aterro rasos e profundos), conferindo-se saberes-fazeres acerca do cuidado ambiental por eles relatado, protagonizado e ensinado as gerações. Nesta pesquisa, as narrativas dos idosos(as) são consideradas como um acervo patrimonial, porque gerado nos fazeres experienciais frente às mudanças socioambientais ocorridas em diferentes décadas e idades etárias, igualmente, relevantes ao ensino da Educação Ambiental Campesina na educação escolar local.