É comumente a associação do racismo apenas como discriminação pela cor da pele. O objetivo deste artigo é enfatizar que esse racismo é apenas um dos modelos de discriminação. Existem instâncias do racismo como, por exemplo, as práticas de depreciação dos saberes afro-ameríndios ou a introjeção na vítima do racismo da inferioridade do seu lugar de cultura. Tendo como objetivo geral desenvolver uma reflexão sobre a aplicação desses saberes na universidade e nas escolas, e como o racismo simbólico é aplicado de forma imperceptível, o artigo pretende mostrar certos equívocos que são realizados na aplicação dessas discussões e como, em certos momentos, a academia coloca esses saberes em um campo secundário, campo esse que parte do currículo e de sua aplicação de recorte espacial que é pensado a partir da Europa. Essa discriminação pelo saber é apontada aqui como a epistemologia do racismo. Também é destacado certa contradição estrutural entre a educação e cultura e como em certos casos esta última é colocada de uma forma dicotomizada e como justifica a prioridade de alguns saberes em detrimento de outros. Não é proposto como solução para o problema do racismo epistemológico a retirada de saberes provenientes do Ocidente, saberes esses que são importantes e necessários para a nossa formação histórica, pois, também é nossa formadora, mas sim o maior cuidado e valorização dos saberes que não partem exclusivamente do Ocidente. É impossível trabalhar a história do Brasil desconsiderando essas culturas e as suas visões de mundo. Essa comunicação apresenta discussões para não cairmos no campo do imperceptível racismo simbólico.