A proposta do presente artigo é problematizar as questões que envolvem os “Saberes Tradicionais do Campo” dentro do contexto escolar. Sobretudo quando se analisa o cotidiano de instituições públicas de ensino localizadas nos “perímetros urbanos” de pequenos municípios do interior da Paraíba, onde as experiências de vida e as relações entre o espaço rural e da cidade são interligadas de maneira latente. Propomos analisar a experiência e o cotidiano vivenciados na Escola Municipal de Ensino Fundamental Irmão Damião, localizada em Lagoa Seca-PB, no ano letivo 2016. Neste ambiente, em que cotidianamente são notabilizadas confluências entre tais espaços. Sabemos que as fronteiras físicas entre as comunidades rurais e a cidades do interior são muito tênues e neste sentido, as experiências trazidas pelos estudantes, que em grande parte provem da zona rural, são bastante visíveis. Tal aspecto, faz com que um trabalho na perspectiva da “Educação do campo”, como bem expressa Silva (2009), possa ser estabelecido em instituições que não se localizam obrigatoriamente no espaço rural, a exemplo da referida escola. Para este trabalho nos inspiramos também nos ensinamentos de Freire (1987), quando traz uma teoria da aprendizagem sustentada nas relações dialógicas do cotidiano humano e nos pensamento de Gohn (2010) com sua contribuição com a análise da educação “não-formal”. Para nós, a experiência vivida na nossa escola pode ser partilhada como relato de experiência, contribuído para a construção de nossas práticas e novas ações em educação.