Neste trabalho, pertencente à seara da Linguística Aplicada (MOITA LOPES, 2013), temos o objetivo de analisar as mudanças na produção de dois exemplos de materiais didáticos para o ensino de língua inglesa (LIBERALI, 2009) diante do que verificamos como transformações tecnológicas contemporâneas. Para tanto, discutimos as implicações epistemológicas de um mundo amplamente marcado por novas tecnologias e nos baseamos nas discussões de Monte Mór (2009) e Lankshear e Knobel (2003) sobre “epistemologias digitais”. Em seguida, analisamos duas atividades didáticas publicadas em Liberali (200912) e que foram desenvolvidas à luz da Teoria da Atividade Sócio-Histórico-Cultural (TASHC) em suas possibilidades de desenvolver formas múltiplas de conhecer. Por fim, traçamos alguns paralelos entre a TASHC e a proposta de aprendizagem por design, seguindo critérios de análise baseados em nas seguintes formas fundamentais de conhecer: pela vivência (experiencing), que é o processo de conhecimento que envolve a imersão no real, a experiência pessoal; por conceitualizações (conceptualising), processo que estimula o desenvolvimento de conceitos abstratos e a síntese teórica desses conceitos; por análise (analysing), que envolve o exame e a interpretação dos constituintes e elementos funcionais de um conhecimento, ação ou objeto; e pela aplicação (applying), que envolve uma intervenção no mundo, aplicando os três outros conhecimentos (KALANTZIS; COPE, 2005). Os resultados apontam para a presença de textos apresentados já em seus designs originais com elevado grau de multimodalidade e atividades que promovem o desenvolvimento de múltiplos movimentos envolvidos na prática pedagógica por terem sido desenvolvidos a partir da reflexão sobre as múltiplas formas de conhecer. Pudemos perceber diversas aproximações entre as propostas de currículo transformador de Kalantzis e Cope (2005) e as atividades propostas por Liberali (2009) com base na Teoria da Atividade Sócio-Histórico-Cultural.