O presente artigo tem como objetivo problematizar a Lei n. 10.639/2003, dando ênfase ao seu surgimento, aos desafios e processos que levaram a sua aprovação, bem como sua importância no processo de identidade da cultura afro-brasileira, levando em consideração que sua conquista foi fruto de movimentos sociais, gerada tanto pela insatisfação da comunidade negra, como também de professores e pesquisadores. A conquista auxiliou o fortalecimento das lutas do movimento negro, bem como impulsionou a afirmação de uma identidade afro-brasileira num espaço multicultural. Partindo do princípio que nossa base escolar visava uma educação eurocêntrica e positivista, compreendemos que não é uma tarefa fácil romper com tais modelos, uma vez que estes fazem parte de uma construção curricular, entendemos que a referida Lei foi um avanço para a educação. Em fevereiro de 2017, foi aprovada a Medida Provisória (MP) 746/2016 que estabelece a reforma do ensino médio, esta prevê a retirada de algumas disciplinas curriculares, como por exemplo, a disciplina de História, sendo então retirada também a obrigatoriedade da temática afro-brasileira. Não obstante depois de 14 anos de conquista, ela passa a não ser obrigatória, desse modo, iremos fazer uma breve introdução a MP 746/2016, que altera a Lei de Diretrizes e Bases, pontuando questões de significativa relevância e mostrando também o impacto que esta medida representa para o ensino, bem como na atual representatividade étnica na qual está sendo estudada. Enquanto a continuação dessa temática em sala de aula, felizmente, há instituições que dão continuidade, assim como espaços de compartilhamento de vivências e reflexões - como o presente grupo de diálogo – que buscam manter a qualificação do assunto.