As danças populares demonstram ser um excelente instrumento pedagógico para a aprendizagem, o desenvolvimento das potencialidades e fortalecimento das relações socioculturais, auxiliando fortemente na construção do conhecimento, subsidiando ações tanto na prática docente como na emancipação do aluno. Esta pesquisa objetiva analisar e pensar abordagens para problematizar, articular, criticar e transformar as relações entre a dança, o ensino e a sociedade, proporcionando ao aluno descobertas, criações e explorações do corpo e do mundo enquanto ser cultural, histórico e social. Foi planejada durante a idealização do II Festival de Danças Populares, realizado em Agosto de 2017, com alunos de Educação Física Infantil (5 e 6 anos) da Rede Pública de João Pessoa-PB. Pelo caráter do estudo a investigação se orientou pelos princípios da pesquisa-ação. Possui natureza empírica com abordagem qualitativa, abrangendo o pesquisador, as pessoas envolvidas e o ambiente onde ocorre. Priorizou-se trabalhar com a necessidade de uma concepção dinâmica da realidade social, fazendo com que o sujeito seja visto como parte de um todo, no qual é enfatizado mais o processo do que o produto, gerando dialeticamente um saber fazer e um entendimento sobre esse fazer. Os alunos transformaram em símbolos aquilo que experimentaram cor¬poralmente e o conhecimento se construiu, inicialmente, sob a forma de ação. Esta é necessária para compreender e externar significados presentes no contexto histórico-cultural que se vive. Assim, o corpo passa a ser a expressão do gênero, etnia, faixa etária, crença e classe social. O ensino e vivência das danças populares ofereceram subsídios para compreender, desconstruir, revelar e transformar as relações estabelecidas entre corpo, história, sociedade e política, conscientizando os alunos das suas potencialidades, aumentando seus poderes de transformação e suas habilidades de comunicação. A Educação Física não deve usar a dança para reproduzir movimentos mecânicos pobres de significados e sentidos e com foco em valores culturais não homogêneos. Portanto, é necessário não apenas contemplar os conteúdos, mas identificá-los, vivenciá-los e interpretá-los corporalmente de maneira crítica e emancipatória tornando o aluno um agente transformador.