Resumo:
Esse artigo tem por objetivo analisar as práticas populares de cura, promovidas por farmacêutico/curandeiro de nome José Fábio Lyra, na região do brejo paraibano. Sua fama corria para além do município de Bananeiras - Pb onde desenvolveu a fabricação de vacinas caseiras com um ingrediente inusitado: a saliva. Assim, buscaremos entender e problematizar o método da lymfoterapia, palavra que significa tratamento pela saliva, e assim eram fabricadas as famosas “vacinas de cuspe”, que era destinada a cura de pessoas enfermas e infectadas com as mais diversas enfermidades, dentre eles a tuberculose, acudindo um elevado número de pessoas que viam inclusive de outros estados para receber a dita vacina. Analisando também a figura de politica de José Fábio Lyra, o mesmo ocupou um cargo politico na cidade Umbuzeiro-Pb, foi prefeito municipal, que após ter se mudado de lá, foi para Bananeiras dando inicio ao método da lymfoterapia. José Fábio Lyra, era conhecido não só na Paraíba, em todo o Brasil, graças a uma publicação do jornal carioca A Noite no ano de 1936, no qual o farmacêutico concedeu uma entrevista exclusiva sobre o seu método e aspectos de sua vida. Dessa forma, buscamos entender a atuação dos procedimentos de cura de José Fábio Lyra avaliando sua contribuição para a medicina paraibana da época. Na realização desse artigo, utilizamos de fontes bibliográficas e os periódicos em circulação à época. Para a escrita desse artigo o conceito de biopolitica de Michel Foucault foi de fundamental importância, para problematizar como a medicina cientifica fomentava meios de domínio sobre a população.