através das práticas da cultura corporal, que de um modo mais amplo são as brincadeiras, jogos, ginástica, lutas, práticas de aventura, esportes, atividades rítmicas e as danças. A partir desta definição consideramos de extrema importância abordar as atividades curriculares de acordo com a realidade social em que os alunos estão inseridos. A experiência problematizada neste artigo foi desenvolvida no 3º trimestre de 2016, em uma Escola municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIEF), a instituição está localizada no bairro Jardim do Estádio região pouco desenvolvida do município de Santo André (SP). Trata-se de uma etnografia da prática escolar, metodologia que optamos em utilizar neste trabalho. Para compor a análise dos dados utilizamos como critério, analise de planejamento, observação das aulas de EF e filmagem do projeto de dança, além das respectivas perguntas: 1- Em qual país surgiu o Funk? 2- Porque existe preconceito com esse ritmo musical? 3- Quem pode participar de coreografias e dançar Funk meninos ou meninas? Em outro dia de aula realizamos um Círculo de Cultura, no qual consideramos ser uma ideia magnifica do educador Paulo Freire onde utilizamos as categorias de emancipação e diálogo no tratamento das aulas de EF. A ideia deste trabalho surgiu a partir da realização de um mapeamento, visando identificar as praticas corporais que os alunos acessavam próximo a suas residências. Neste dia os alunos chegaram à quadra cantando musicas do ritmo Funk, e me indagaram dizendo se eu poderia ministrar aula de dança para eles, a partir disto eu perguntei qual tipo de dança vocês gostariam de estudar e aprender? Foi unanime as respostas dos alunos que disseram querer aprender sobre o Funk, indagamos as crianças perguntando qual musica de Funk vocês conhecem? Cantem pra nós, os alunos em sua maioria iniciaram a cantoria da musica “eu to brigado com a mulher então eu vou dar fuga nela, fui partiu pra onde é o Mandela”. Atualmente esse ritmo musical vem sendo considerado como um território contestado no campo da musica, e na sociedade de um modo geral, e seria diferente nas aulas de Educação Física? O objetivo do respectivo trabalho foi apresentar os aspectos conceituais do ritmo musical Funk e ainda construir coreografias de dança a partir de musicas que os alunos conheciam, com o intuito de desmistificar os preconceitos sobre esse ritmo musical. Destacamos como resultados que os alunos conheceram a origem do Funk, compreenderam que meninos e meninas podem dançar esse ritmo musical e identificaram as musicas que conotam o lado negativo dessa modalidade musical. A conclusão deste trabalho indica que o professor do século XXI deve estar aberto ao diálogo e principalmente aqueles e aquelas que realizam Círculo de Cultura terão a oportunidade de experimentar no campo da prática um método emancipador que enfatiza o aprendizado em conjunto, um ensino em que professor e aluno aprendem por meio das cantigas, dos jogos, das brincadeiras populares, dos esportes de aventura assim como através do Funk.