Descrever as características epidemiológicas dos casos de intoxicação medicamentosa notificados no Brasil, no período 2009-2013, com a finalidade de auxiliar medidas de prevenção e reversão desse tipo de atrocidade, o qual é considerado um problema de Saúde Pública atualmente. Método: estudo documental, descritivo com abordagem quantitativa realizada pela coleta de dados disponíveis no SINITOX e informações pertinentes oferecidas pelas bases de dados LILACS, SciELO, MEDLINE/PubMed Resultados: foram notificados 123.705 casos de intoxicação por medicamentos no Brasil, totalizando 27,41% das intoxicações humanas incluindo todos os agentes tóxicos no País; a região que mais contribuiu com o registro de ocorrências foi a região Sudeste (57,14%), seguida de Sul (21,46%), Centro-Oeste (11,81%), Nordeste (8,32%) e Norte (1,24%); a zona urbana obteve destaque com 79,11% dos casos notificados; a faixa etária predominante foi de 1-4 anos de idade (27,66%), seguida de 15-19 anos de idade (16,97%); o sexo feminino obteve maior prevalência com 61,02% dos casos notificados; em relação a circunstância relacionada à intoxicação, a tentativa de suicídio ocupou o primeiro lugar, com 39,43% dos casos, seguida de acidente individual com 33,09%.Conclusão: entre os casos notificados, verificou-se a predominância de intoxicações medicamentosas em ordem decrescente por região: Sudeste, Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Sul. A zona urbana concentra o maior número de casos, devendo-se considerar, porém, a potencial subnotificação existente na zona rural, bem como a falta de acesso a medicamentos da população em questão. A alta taxa de casos existente na infância, leva à discussão de inúmeros aspectos pertinentes à questão, os quais vão desde a educação populacional acerca da importância de manter medicamentos longe do alcance das crianças, à instrução sobre os malefícios do mau uso que os fármacos podem trazer, podendo causar, inclusive, a morte. O sexo feminino foi o mais presente nas notificações, demonstrando a necessidade de maior incentivo à Saúde da Mulher. Dentre os casos notificados, a tentativa de suicídio predomina, fato que demonstra a importância de maior empenho em políticas anti-suicídio, as quais deixam de ser mais eficazes pela simples venda irrestrita ou pela falta de fiscalização efetiva sob a venda de fármacos não seguros. Apesar dos dados alarmantes, mais da metade dos casos de intoxicação obtiveram prognóstico positivo. No entanto, nota-se a necessidade de aprimorar as medidas de prevenção de intoxicações medicamentosas, com intensa regulamentação sobre a venda de fármacos, melhoria nas seguranças das embalagens e instrução populacional acerca do uso e local adequado de armazenamento de medicamentos.