Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são considerados dispositivos estratégicos da política de saúde mental. É relevante a construção de estratégias para a realização de atividades extramuros do CAPS, sendo estas articuladas para acontecer no território em parceria entre usuários, profissionais e comunidade produzindo assim, atividades expressivas e comunitárias. Diante desse contexto, percebeu-se a necessidade de realizar ações com os usuários do Centro de Atenção Psicossocial Sebastião Paulo de Sousa (CAPS I - Cuité), fora do espaço físico do CAPS, com o intuito de promover um momento de interação em outros espaços sociais. A ação sistematizada neste trabalho surgiu como uma das atividades de um projeto de extensão desenvolvido no CAPS I – Cuité, o qual foi vinculado à Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência vivenciada nesta ação extramuros. A ação em foco ocorreu em novembro de 2016, como uma atividade do projeto de extensão “Mãos que colhem e criam: a horta e a arte no CAPS como ferramentas para a inclusão social” na vigência do PROBEX 2016, referente aos meses de maio a dezembro de 2016, no Centro de Educação e Saúde da Universidade Federal de Campina Grande. O projeto teve como objetivos principais promover a socialização e inclusão dos usuários do CAPS por meio do trabalho com a horta e na produção de artesanato, além de contribuir com a aproximação dos estudantes com a realidade social de pessoas em sofrimento mental e potencializar sua aprendizagem com os desafios próprios da intervenção participativa em saúde comunitária. A atividade foi realizada no Centro de Convivência do Centro de Educação e Saúde da UFCG campus Cuité-PB pelos integrantes do projeto com o apoio da equipe do CAPS. Foi reservado um espaço especialmente para o evento, com tendas, mesas e cadeiras disponibilizadas pelo campus. O evento ocorreu no período da tarde com duração média de três horas. A atividade realizada com os usuários do CAPS na universidade aproximou a comunidade acadêmica para o que vem sendo desenvolvido no serviço e, principalmente, reafirmou o protagonismo destes usuários na sua própria história. No decorrer da ação, o público mostrou-se interessado e curioso para o que estava sendo exposto, esse interesse despertou nos usuários um maior entusiasmo e vontade de expor aquilo que eles haviam produzido. Em diálogos realizados durante o piquenique, os usuários relataram estarem sentindo um grande orgulho pelo momento que estavam vivenciando, pelo reconhecimento e prestígio do público que pôde enxergar o grande potencial e a capacidade destes, incutidos nas obras artísticas produzidas. Foi um momento de partilhar experiências, onde os usuários expressaram palavras de carinho e gratidão pela equipe, pela organização do evento e por tê-los proporcionado esta vivência com a comunidade acadêmica. Deste modo, é possível concluir que a realização de atividades com usuários fora dos CAPS podem colaborar com a diminuição do preconceito e impulsionar a integração destes a espaços sociais que valorizem a capacidade individual, respeitando as diversas subjetividades.