INTRODUÇÃO: De maneira geral, a Organização Mundial de Saúde conceituou cuidados paliativos como cuidados ativos e totais do paciente cuja doença não responde mais ao tratamento curativo. Trata-se de uma abordagem de cuidado diferenciada que visa melhorar a qualidade de vida do paciente e seus familiares, por meio da adequada avaliação e tratamento para alívio da dor e sintomas, além de proporcionar suporte psicossocial e espiritual. Assim, os cuidados paliativos ressaltam a morte como um processo normal do viver que não apressa nem adia a morte, mas sempre procura aliviar a dor e outros sintomas angustiantes, integrando aspectos psicológicos, sociais e espirituais no cuidado do paciente, bem como de seus familiares. Portanto, a temática foi escolhida em decorrência de sua relevância, pois mesmo com toda tecnologia disponível e aplicada no sentido de curar, ou prolongar a vida, encontramos uma diversidade de pacientes que não se beneficiam com essa medicina avançada. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de caso abordado no Hospital Regional do Agreste (HRA). M.J.S., sexo feminino, 92 anos de idade, diagnosticada com câncer gástrico avançado classificado como Borrmann III de antro. Parecer cirúrgico não indicou realização de procedimento cirúrgico. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Paciente internada no hospital regional do agreste há nove dias. Encaminhada pela
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com queixa de melena, vômito escurecido, perda de peso, aumento do volume abdominal, sintomas percebidos por familiares inicialmente trinta dias antes de procurar atendimento na unidade. No HRA, realizou endoscopia digestiva alta que evidenciou câncer gástrico avançado classificado como Borrmann III de antro. Dessa forma, quando solicitado, o parecer cirúrgico não indicou realização de procedimento invasivo, tendo em vista que o processo de envelhecimento envolve praticamente todos os órgãos, com alterações que podem afetar negativamente a resposta de pacientes idosos submetidos a procedimentos cirúrgicos. A cirurgia, com ressecção completa do tumor gástrico seria o tratamento curativo para os pacientes com esse tipo de neoplasia, como M.J.S. As comorbidades existentes no idoso podem levar a maior taxa de complicações no per e pós-operatórios, sobretudo correlacionaram cirurgia gástrica e idade, mostrando que os idosos têm alta incidência de fatores de risco pré-operatório, em particular hipertensão arterial, apresentada pela paciente. Então, foi conversado com a família sobre a não realização de procedimentos invasivos e a possibilidade da aplicação dos cuidados paliativos para M.J.S. É importante o médico conhecer sobre cuidados paliativos para que este consiga oferecer a possibilidade desses cuidados aos familiares do paciente, identificando a filosofia envolvida nesses cuidados, bem como o processo de melhoria da qualidade de vida. CONCLUSÕES: Foi possível verificar a importância dos cuidados paliativos no atendimento à pacientes idosos fora de possibilidades terapêuticas de cura, onde o processo de cuidar tem maior relevância em detrimento ao processo de tratar. Por fim, observa-se a necessidade do contado como a prática de cuidados paliativos durante a formação de profissionais, além da criação de serviços de cuidados paliativos, para melhor atender aos pacientes fora de possibilidades terapêuticas de cura, sendo está a melhor opção para a paciente M.J.S.