SILVA, Monalisa Pontes Da et al.. . Anais IV SINALGE... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/27685>. Acesso em: 23/11/2024 16:14
Resumo: O presente artigo é o resultado de uma pesquisa documental que teve como objetivos refletir sobre os discursos materializados na propaganda do Novo Ensino Médio proposto pelo MEC, analisar os efeitos de sentido produzidos pelo enunciado “Eu quero ser professora. É o que eu amo” presente no vídeo divulgado por este órgão que aborda o novo formato do Ensino Médio e identificar a(s) representação(ões) do “ser professor” no discurso propagado pelo MEC nos meios de comunicação. O nosso interesse em analisar este enunciado é de desvendar o que está nas entrelinhas da propaganda divulgada pelo MEC. O referido enunciado está fundamentado em discursos que precisam ser problematizados, uma vez que influenciam não só a visão dos jovens que estão se preparando para ingressar no ensino médio, como também toda a sociedade que está assistindo a propaganda, criando uma representação sobre o ser professor, como aquele que deve fazer/seguir a profissão levando em consideração apenas o amor, a vocação e não as condições de trabalho. Sendo assim, pretendemos desvendar os discursos difundidos na propaganda do MEC, por meio da leitura discursiva com base nos pressupostos teóricos da Análise do Discurso (AD) de linha francesa. Para tanto, apresentamos um recorte imagético da cena que representa o lugar da enunciação e os quatro enunciados que compõem a propaganda, enfatizando discursivamente o enunciado da personagem jovem que se levanta, assumindo para o público que quer ser professora, por ser algo que ama. Notamos que as escolhas lexicais e o local da enunciação onde se passa a propaganda demarcam uma posição ideológica e histórica a respeito da profissão docente. Através desse estudo, pudemos perceber que, por meio da referida propaganda, o MEC busca assumir um enunciado que remete ao amor, mas deixa entrever a ratificação do discurso da desvalorização e do desrespeito à docência. Palavras-chave: Sujeito professor, Discurso, MEC.