Artigo Anais IV SINALGE

ANAIS de Evento

ISSN: 2527-0028

ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NA INFÂNCIA: VANTAGENS, DESAFIOS E FORMAÇÃO DOCENTE

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Publicado em 27 de abril de 2017

Resumo

Esta pesquisa analisa como tem sido o trabalho de professores que atuam em escolas bilíngues, através da caracterização de sua formação inicial e continuada. Investiga, também, as vantagens e os desafios inerentes ao ensino da Língua Inglesa, em uma proposta bilíngue (Português-Inglês), na infância. Para tanto, são abordados aspectos relacionados à Aquisição de Segunda Língua-ASL (CASTRO, 1996; KRASHEN, 1988; LENNEBERG, 1967; MELMAN, 1992; PENFIELD e ROBERTS, 1959; VANPATTEN 1990); tratando, especificamente, do ensino de inglês como segunda língua (English as a Second Language-ESL); aliado ao papel do professor e à sua formação. Considera-se que, no que se refere ao aprendizado de línguas, qualquer época da infância é melhor que na adolescência ou na idade adulta, pois crianças, habitualmente, são vistas como aprendizes naturais de idiomas (ASSIS-PETERSON e GONÇALVES, 2000/2001; BIALYSTOK, 2001/2012; COURTAIN e DAHLBERG, 2010; MELMAN, 1992; LIMA 2008; PEAL e LAMBERT, 1962 apud HAKUTA, 1986). Fundamenta-se esse fato na razão de elas aprenderem, com aparente facilidade, sua língua materna, alcançando, em idade bastante precoce, um nível de fluência dificilmente alcançado por falantes não nativos no mesmo intervalo de tempo. Do mesmo modo como as crianças aprendem sua língua materna, se forem apresentadas a outro idioma em um mesmo contexto de imersão (como uma escola bilíngue), o resultado será igualmente satisfatório, uma vez que elas, rodeadas por um ambiente em que se usa a língua-alvo, atribuirão significado às palavras, expressões e sentenças a partir do contexto. Por outro lado, adultos em situação semelhante de aprendizagem, dedicariam demasiada atenção às regras gramaticais e à memorização de vocabulário, muitas vezes, com palavras soltas e/ou descontextualizadas. Conhecendo esses dados, questionamos-nos quais seriam os desafios de uma educação bilíngue na infância; investigamos as possíveis vantagens dessa opção, e aliamos esses questionamentos à importância da formação docente. Trata-se de uma pesquisa de campo, de caráter qualitativo, em que os dados foram coletados no ambiente escolar (sala de aula, sala dos professores, sala da coordenação pedagógica), utilizando-se da aplicação de entrevistas semiestruturadas com professores e coordenadores pedagógicos das escolas que compuseram o escopo deste trabalho; com o objetivo de responder aos seguintes questionamentos: Qual a formação dos professores que atuam nas turmas bilíngues? Quais são os critérios utilizados pelo coordenador pedagógico para a contratação desses profissionais? Como se dá o processo de formação continuada para os professores que atuam na educação bilíngue? De que maneira a aquisição de uma segunda língua interfere no aprendizado da língua materna por crianças? Sobre essas indagações, os resultados mostram que (a) a formação inicial exigida aos docentes é em Letras ou Pedagogia, sendo, essa segunda opção, somada a uma Especialização em ensino de Língua Inglesa; que as escolas fomentam, sim, momentos de formação em exercício para os docentes e (b) a aquisição de uma segunda língua, em geral, não prejudica o aprendizado da língua materna.

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