As questões em torno dos estudos de gênero vêm recebendo atenção e ganhando espaço na sociedade desde o surgimento dos movimentos feministas, dos estudos de Simone de Beavouir, de Judith Butler, até a contemporaneidade. Sendo assim, e compreendendo que as identidades de gênero não se restringem apenas a diferenças biológicas, mas são um conjunto de fatores que partem do social e do coletivo, e assim formam a identidade subjetiva do que é ser homem e mulher, temos como objetivo investigar como é apresentado o feminismo em uma HQ intitulada Persépolis, tendo em vista que o quadrinho em questão nos apresenta uma história autobiográfica de uma pequena jovem iraniana, Marjane Satapri, que aos dez anos de idade viu sua vida ser completamente transformada pela revolução islâmica corrida a partir de 1979, e que colocou o seu país no topo do conservadorismo e da repressão, e além de se manter recluso e bloqueado para o resto do mundo, ajudou no fortalecimento da desigualdade entre homens e mulheres. Desse modo, recuperamos as concepções do que se caracteriza como o movimento feminista e seus ideais, revelando-o como um movimento social e também político que busca acima de tudo a conquista aos direitos igualitários, em que as mulheres não sejam subjugadas e subestimadas como foram ao longo dos séculos, e que possam ter sua liberdade garantida para decidirem o que querem fazer com a sua vida e com seu futuro. Como suportes teóricos para as análises, utilizamos estudos sobre feminismo e gênero realizados por Butler (1987), Beauvouir (1980), Rodrigues (2016) e sobre quadrinhos tendo como base Eisner (1989).