Este trabalho tem como objetivo analisar imagens considerando os seguintes aspectos: gênero e “raça”, presentes no Livro Didático de Física da primeira série do Ensino Médio (Coleção “Quanta Física” – Carlos Aparecido Kantor et. al.), adotado por uma Escola da Rede Estadual de Ensino do município de Cajazeiras - PB. Entendendo que estas discussões contribuem para a construção de práticas culturais igualitárias e, para tanto, uma educação contextualizada, fizemos uma análise quanti-qualitativa das imagens presentes no referido livro, apresentando alguns resultados a respeito da presença desses dispositivos que demonstram uma visão estereotipada quanto à presença de pessoas negras nestas. A pesquisa em tela tem sua gênese a partir da elaboração e desenvolvimento de um Projeto de Ensino desenvolvido através Programa de Licenciatura da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, Campus de Cajazeiras – PB, que acompanhou o processo de escolha do Livro Didático na escola mencionada, dando, dessa forma suporte pedagógico para que o/a professor/a utilizasse a coleção em destaque. Os dados quantitativos foram dispostos em tabelas e gráficos para melhor compreensão da análise. A forma de análise dos dados se deu através de uma linguagem imagético-discursiva, observando criticamente os discursos produzidos a partir do levantamento das imagens presentes no Livro Didático de Física, bem como da relação negro-ciência-práticas culturais estabelecida pela proposta pedagógica da obra estudada.Os resultados apontam para um discurso que se apresenta implícito quanto à figura do negro, que continua sendo associada a atividades econômicas primitivas ligadas ao uso de força física, distante do saber-fazer das práticas científicas, indo de encontro ao que está proposto nos dispositivos legais relacionados as questões étnico-raciais, tais como a Lei 10.639/2013, bem como as orientações apresentadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais e a Lei de Diretrizes e Base da Educação Básica.