Artigo Anais IV SINALGE

ANAIS de Evento

ISSN: 2527-0028

NO ESPETÁCULO MIDIÁTICO: O EFEITO DA AUTONOMIA NA ORDEM DO DISCURSO DA INCLUSÃO

Palavra-chaves: DISCURSO, INCLUSÃO, MÍDIA Comunicação Oral (CO) GT06-AS PRÁTICAS DISCURSIVAS DO COTIDIANO: ENTRE O PODER E A RESISTÊNCIA
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Publicado em 27 de abril de 2017

Resumo

O presente estudo tem como objetivo problematizar a leitura discursiva buscando compreender a inscrição da pessoa com deficiência como sujeito independente, em postagens de uma página da rede social Facebook. A posição discursiva do sujeito independente é movida no jogo interdiscursivo do ser autônomo, ambos postos em evidência na espetacularização midiática. A relação dos efeitos de sentidos entre a autonomia e a independência do sujeito com necessidades especiais é objeto de deslize no espaço da leitura discursiva, a qual permite a discussão acerca de enunciados verbais e não verbais. Teoricamente nos ancoramos nos estudos de Michel Foucault e de Michel Pêcheux, entendendo o possível diálogo entre os postulados desses autores no que tange ao sentido, ao discurso e à produção de subjetividade. Nossas análises se efetivam a partir de imagens postadas em uma página do Facebook, nas quais é possível ler os efeitos de independência e de autonomia imputados à pessoa com deficiência pela oferta de produtos tecnológicos ligados à acessibilidade e à promoção da vida melhor. Nossa proposta de leitura oportuniza discutir a irrupção do discurso da inclusão como um acontecimento discursivo, em um cenário de mobilidade de dizeres que enxertam a subjetividade da pessoa com deficiência com os efeitos de independência e autonomia, face à oferta de produtos tecnológicos sofisticados no mercado. Nesse trajeto, temos o jogo de discursividade que produz efeitos de sentidos de silenciamento e de evidência, de apagamento e de visibilidade. Assim, a regularidade discursiva presente nas imagens aponta para um jogo midiático que põe, em uma zona de tensão, a dependência e a autonomia do sujeito com deficiência, promovendo a intensificação de regimes e práticas de governamento ligadas a questão da inclusão e, desse modo, permitindo a leitura do sentido enquanto efeito e do discurso enquanto espaço de poder-saber.

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