Partindo-se da hipótese de que o contexto sociocultural do indivíduo influencia de maneira significativa na formação de variadas inferências textuais, esta pesquisa teve como objetivo investigar a compreensão e a criticidade com base nas inferências produzidas por alunos de diferentes classes sociais após a leitura de um texto. Partimos do seguinte questionamento: de que maneira indivíduos de contextos sociais diferentes fazem inferências ao lerem o mesmo texto? Consideramos que cada indivíduo tem uma visão de mundo distinta, dependendo da classe social a que ele pertence, e isso possibilita uma variedade de interpretações condicionadas pelas diferenças sociais. Essa pesquisa justifica-se pela necessidade de uma prática de leitura nas escolas que vise à elaboração de inferências a partir de uma compreensão crítica do aluno. Para a realização do nosso trabalho seguimos o método, “pausa protocolada previamente marcada no texto”, proposto por de Dell’sola (2001), e nos fundamentamos em teóricos como Geraldi (1999); Kleiman (1997,2000) e outros que defendem o ato de ler como processo de significação. Escolhemos o 9º ano do ensino fundamental II de duas escolas públicas, por ser um ponto de transição entre o ensino fundamental e o ensino médio, pois supomos que os alunos dessa série consigam interpretar um texto, criticamente, com base no conhecimento de mundo que possuem e em suas experiências individuais. Verificamos que os alunos de ambas as escolas realizaram leituras diferentes e que o contexto sociocultural deles influenciou de maneira significativa na produção de inferências textuais. Constatamos que a leitura foi condicionada de acordo com o contexto de cada aluno.
Palavras-chave: leitura, inferências, criticidade.