No nosso dia a dia, afirma-se e reafirma-se com veemência que a leitura é fundamental para a formação do ser humano, porém também são noticiadas pesquisas que mostram que o brasileiro lê pouco. Dados da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2015), em sua quarta edição, revelam que 44% da população brasileira não têm hábito de leitura. A escola, por sua vez, muitas vezes, só ensina a ler, mas não incentiva. Em face de tais questões e por entendermos a leitura como prática social fundamental para a formação do ser humano, desenvolvemos este artigo com a finalidade de conhecer os hábitos e preferências leitoras de alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola da rede privada do município de Mamanguape-PB, antes e depois de serem expostos a uma seção de leitura de contos fantásticos, da autoria de Guy de Maupassant (1882), Julio Cortázar (1946) e W. W. Jacobs (1902). Para desenvolvermos o presente estudo, partimos dos estudos realizados por Cândido (2011), Saraiva (2006), Todorov (1980), Zilberman (2003) e Cosson (2009), os quais contribuirão para abordarmos a importância da leitura e, de modo mais específico, da leitura de textos literários – a literatura fantástica. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa que possibilitará ao aluno interagir com o texto ao mesmo tempo em que é desafiado a lhe dar uma significação própria e sedutora, pelo invólucro de mistério que constitui essa categoria de gêneros do discurso – contos fantásticos. Os resultados da análise dos dados apontam para um conjunto de leitores que gostam de ler histórias de aventura, que passam longos períodos de tempo em redes sociais e que, mesmo assim, não se consideram leitores. Esses mesmo leitores revelaram não conhecer a literatura fantástica e, quando em contato com os contos fantásticos, demonstram excelente receptividade e interesse em fazer outras leituras sobre o gênero.