No Brasil, as discussões referentes à conjuntura educacional não são recentes. Na área de ensino de línguas, estas discussões referem-se, em especial, ao ensino meramente gramatical, o qual está alicerçado em concepções tradicionais, sendo alvo de discussões consideráveis desde 1980 (BAZARIM e APARÍCIO, 2008). Neste ensino, põem-se de lado os atos reflexivos do aluno, assim como a atuação reflexiva do professor, tornando a prática pedagógica um ato mecânico encalcado em concepções paradigmáticas tradicionais. Diante disto, o presente artigo objetiva apresentar e discutir a caracterização do profissional atual da área do magistério, a partir de observações de práticas educativas realizadas em contexto de sala de aula, comparando-as com as teorias estudadas que fomentam a formação docente no Curso de Letras-Língua Portuguesa (UFCG), as quais se referem às teorias educacionais do paradigma tradicional e do paradigma emergente. Metodologicamente, esta pesquisa caracteriza-se como qualitativa de natureza interpretativa e descritiva, tornando, assim, improvável uma postura neutra dos pesquisadores (ANDRÉ, 1995). Teoricamente, subsidiamo-nos, como aporte teórico, nos seguintes estudiosos: Kuhn (1992); Perrenoud (2002); Flach e Behrens (2008); Maia (2009); Geraldi (2010). Através da relação entre teoria e prática realizada, constata-se que, na atualidade, o perfil do profissional de docência caracteriza-se por manter-se tanto enraizado em concepções paradigmáticas tradicionais como emergentes, a fim de manter-se flexível, mas detentor de uma base em suas práticas educativas, a qual propicie-lhe um norte. Nesse sentido, a construção identitária do profissional do oficio de magistério encontra-se nesta constante entre o agir tradicional e o agir inovador, possibilitando, assim, atitudes reflexivas em sua atuação.