Os labirintos da mente em desalinho com a sociedade, desordenados pelos impulsos psíquicos. A perversão envereda as histórias em lugares remotos mostrando a face desse indivíduo que busca desqualificar o outro, e repetidamente, as partes do individuo que se esfacela diante do inconsciente, ou melhor, consciente, entretanto, tomado pela pulsão é levado à transgressão de seus atos. As representações perversas das criaturas tomam rumos tortuosos e com destinos a deriva da própria sorte. Na diversidade das artes e em suas diversas manifestações encontramos a crueldade justificada pelo ambiente e as condições que o cercearam ao longo de sua trajetória, portanto, sempre essa será a desculpa plausível, mas é a única que o ser exposto a ela detém, causando repulsa ou o total descaso pelos que o rodeiam. Ao cercear as qualidades de cada um teremos tempo de verificar de forma visceral os acontecimentos dolorosos do escárnio humano na hipocrisia daquele que na sociedade normativa seria o provedor de amor, esperança e segurança. Na perspectiva freudiana iremos adentrar na particularidade do Filme Baixio das Bestas filme brasileiro de 2006, gênero drama, que revela a prostituição e exploração sexual infantil na região da zona da mata pernambucana, cenas que constituem o Eros, guardado na escuridão e Psique em busca da retirada da máscara. Desejo enfrentando a cobiça, buscando desvendar a perversão instalada nos discursos do medo e do silêncio, embutidos pelo fracasso social numa região pobre e esquecida do Brasil onde a cultura local tem uma forte expressão popular, o que impera é a lei das vontades e a necessidade de matar o ócio na libertinagem da noite. Discursando assim, a relação de objeto de Lacan, penetraremos num ambiente hostil e renegado a marginalidade na obra cinematográfica que denúncia e ao mesmo tempo revela a desumanização da mulher.